O deputado comunista José Soeiro quer que oministro da Agricultura, JaimeSilva, pegue os “bois pelos cornos” e tome medidas para acabar de vez com a existência de gado bravo,em total liberdade, pelos
campos de Sobral da Adiça, concelho de Moura.
Num requerimento entregue no Parlamento, Soeiro considera “inaceitável” que apopulação da aldeia alentejana veja as suas propriedades “invadidas por largas dezenas de cabeças de gado bravo em completa liberdade, oriundas de uma propriedade próxima, sem que sejam tomadas as drásticas medidas” para o problema.
Contactado pelo 24horas, o gabinete do ministro confirma já ter recebido o requerimento que será “apreciado e devidamente respondido no prazo legalmente estabelecido, que é de 30 dias”.
O assunto, que agora ganhou honras parlamentares, anda há várias semanas na boca do povo de Sobral da Adiça, onde se tem visto de tudo: uma velhota em cima de uma oliveira, para escapar à fúria de quatro toiros bravos, acidentes rodoviários e até novilhos “caçados” à espingarda.
“Isto é um pandemónio, as pessoas quando vão para o campo andam acagaçadas”,diz o presidente da Junta de Sobral da Adiça, João Dinis, revelando que o problema está no facto de um proprietário agrícola
“deixar os animais saírem da exploração para irem pastar nos terrenos vizinhos”.
Resultado: uma enorme confusão. “Uma velhota aqui de uma aldeia próxima foi tratar das oliveiras, apareceram os bois e ficou todo o dia em cima de uma árvore.
Só quando a foram procurar, num tractor, é que a
conseguiram tirar lá de cima”, conta João Dinis, acrescentando que também já ocorreram diversos acidentes de viação. “Como os animais nem sequer têm brincos de identificação, ainda têm de ser os proprietários dos automóveis a pagar a factura”, lamenta.
A junta já apresentou o problema àGNRe ao Governo
Civil de Beja. Como não o conseguiu resolver, queixou-se ao deputado comunista.
José Soeiro fez o que pôde: enviou o assunto “à consideração”
de Jaime Silva.